Câncer nos rins

O câncer nos rins representa uma condição clínica de grande relevância, sendo mais comum em indivíduos entre 50 e 70 anos e duas vezes mais prevalente nos homens. Encontra-se entre os 13 tipos mais frequentes de tumor maligno no Brasil. 

Essa neoplasia compromete os órgãos renais, essenciais para o bom funcionamento do organismo, desempenhando funções cruciais, como a eliminação de substâncias metabolizadas, a manutenção do equilíbrio hídrico e salino, a síntese de hormônios estimuladores de glóbulos vermelhos e a regulação da pressão arterial.

A complexidade dessa doença manifesta-se quando ocorre uma proliferação desordenada e acelerada de células anormais nos diversos tecidos renais. Além dos termos genéricos, as expressões hipernefroma ou adenocarcinoma renal são utilizadas para descrever as variações específicas dessa patologia.

Conheça os tipos de câncer nos rins

O câncer nos rins não se limita a uma única forma, mas abrange diversos subtipos. Entre essas variações, destaca-se o câncer de Wilms, ou nefroblastoma, predominante em pacientes pediátricos, geralmente entre 2 e 5 anos de idade.

Agora, veja outros cinco tipos de câncer de rim:

  1. Carcinoma de células renais claras (CRCC):origina-se no tubo responsável por filtrar as impurezas do sangue. Sua incidência atinge de 70% a 90% dos casos no Brasil, afetando até 10 a cada 100 mil habitantes.
  2. Carcinoma papilar de células renais:contribuindo com 10% a 15% dos casos, é caracterizado por sua dimensão reduzida e pouco palpável. Entretanto, pode bloquear a urina e as vias urinárias, gerando desconforto e dor.
  3. Carcinoma cromófobo de células renais: responsável por 4% a 5% dos casos, é invisível em exames sem cor, reagindo apenas a corante azul-escuro ou roxo. Geralmente, apresenta uma menor agressividade em comparação a outros subtipos.
  4. Carcinoma de ductos coletores:embora raro, equivalente a apenas 1% dos casos, esse câncer é caracterizado pela agressividade, originando-se no tubo de Bellini, uma estrutura renal.
  5. Sarcomatoide:também correspondente a 1% dos casos, esse subtipo compartilha características com o CRCC, todavia, sua agressividade o torna distinto.

Portanto, a compreensão aprofundada dessas variações é vital para uma abordagem clínica abrangente, para identificação precisa e tratamentos personalizados.

O que pode causar câncer nos rins?

O câncer de rim apresenta desafios em identificar suas origens precisas, mas os médicos reconhecem diversos fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de sua ocorrência ao longo da vida. Entre eles, destacam-se:

  1. Tabagismo.
  2. Hipertensão arterial.
  3. Obesidade.
  4. Histórico familiar de tumor renal maligno.
  5. Exposição a metais pesados, como asbestos, cádmio e chumbo frequentemente utilizados na indústria.
  6. Realização de procedimentos renais, como a hemodiálise.
  7. Condições genéticas raras, como as síndromes de Von Hippel-Lindau e de Birt-Hogg-Dubé.

Ademais, pessoas acima de 50 anos de idade e do sexo masculino também estão mais suscetíveis ao desenvolvimento desse tipo de câncer.

Quais os sintomas de câncer nos rins?

O câncer nos rins em estágio inicial geralmente é assintomático, no entanto, quando os sinais aparecem, podem incluir:

– Dor nos flancos (região lateral da barriga, próxima às costas).
– Dor lombar unilateral ou bilateral persistente.
– Inchaço abdominal e nas pernas.
– Presença de uma massa anormal no abdômen, revelada ao apalpá-lo.
– Alterações na urina, como presença de sangue.
– Dor ou ardência ao urinar.
– Febre leve persistente.
– Perda de peso inexplicada.
– Falta de apetite.
– Anemia.
– Fadiga constante.

É crucial frisar que esses sintomas também podem ser associados a outras condições. Portanto, diante de qualquer alteração ou desconforto, é recomendável procurar por um médico especializado, como um oncologista, para o diagnóstico correto.

Diagnóstico

Após analisar o histórico clínico e conduzir o exame físico, o oncologista ou outro especialista pode requisitar exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia abdominal e ressonância magnética, para diagnosticar o câncer de rim. 

Em alguns casos, biópsias e/ou testes complementares também podem ser necessários. Essas abordagens abrangentes ajudam no desenvolvimento do plano de tratamento mais adequado ao paciente.

Formas de tratamento do câncer nos rins

O tratamento padrão contra câncer nos rins normalmente implica na remoção do órgão afetado, sendo possível, em alguns casos de lesões tumorais pequenas, realizar a retirada apenas da área comprometida. Quando umdos rins precisa ser completamente retirado, chamamos de nefrectomia radical, que consiste na retirada em bloco do rim com seus revestimentos (fáscia de Gerota), glândula adrenal (somente em tumores grandes ou no pólo superior do rim) e também dos linfonodos regionais.

Entretanto, se ambos os rins estiverem comprometidos, o paciente pode precisar de um transplante de órgão. Além disso, abordagens comuns no tratamento do câncer renal incluem imunoterapia, terapia-alvo e radioterapia.

Procedimentos menos invasivos, como crioablação (congelamento e destruição das células cancerígenas) e radiofrequência (destruição por aquecimento), também são opções disponíveis.

É fundamental salientar que, quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são os prognósticos do paciente. Portanto, a realização de exames de rotina desempenha um papel crucial no manejo eficaz da condição.

Qual é a chance de cura do câncer de rim?

A cirurgia representa a principal oportunidade de remissão do câncer de rim, oferecendo possibilidades de cura que variam de 40% a 60% dos casos, especialmente quando realizada nos estágios iniciais da doença.

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